
Silêncio pétreo
sem notas de música
só ecos de passos
no museu congelado
expressão divina e tua
junto à fonte das mulheres
de thorvaldsen
silêncio
muito silêncio
nos lábios japoseses
que observam
pesa luz a clarabóia
o jardim verde interior
completa a paz e o requinte
uns e todos
como que com asas nos pés
iludidos com viagens no tempo
prontos para aumentar o espanto
na sala que se abre a seguir
com precisão infinita
os dedos brancos da mármore
seguram o violino de rocha
a vibração é gemido
que se vê
não se ouve
mas no entanto
fica no ar a melodia muda
fantasma flutuante
e gelado
que se contorce num bailado sem regra
que se crava arrepiante no corpo
é na ala mais longa
lá ao fundo há quem pinte
que ficaram os sábios
silenciados é certo
na certeza do seu rosto
não ser fotografia
pedra sobre pedra
aqui fez-se muito
um imenso submerso
em arquitectura solar
quem criou um espaço fechado
como um frasco de tempo-perfume
volátil?
X
Para VOJ
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