preso nesta manhã de razão
e como ruído de fundo
máquinas na rua
gente que passa
mar na lembrança
comprimidos à força
num enorme espaço fechado
estico o corpo até ao máximo da dilatação
empurro o olhar para o oblíquo
dirijo-o para o canto dos sonhos
– o ângulo de onde todos eles parecem iguais
conto-os um a um
olho-os a preto e branco
escuto no seu murmurar
um zumbido triste de interferência constante
não era suposto estar aqui
não era suposto esperar
sei que é manhã
mas não sei no entanto
em que tempo estou
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