
ao entardecer
vieram núvens raízes de vapor
dendríticas no céu cor de terra
sombras inclinadas
de corpos casas e árvores
apontaram paralelas na direcção
do novo dia
hoje era já longo
um caminhante em viagem
para o poente de vidro
ergueu-se
o teu braço para mim
da mão plana na convexidade
da face
à incandescência dos lábios
num percurso inevitável
o silêncio cristalizou
no cantar pétreo das aves
os olhos varreram o chão
para em seguida
se cerrarem
num breve para sempre
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