
Na madrugada do dia 20 de Abril de 1996, eu e dois amigos escrevemos um texto conjunto, daqueles a que normalmente se chama "esqueleto". Nessa altura todos fumavam e todos bebiam. Talvez seja essa a explicação para o que se segue. Talvez esta tenha sido uma noite "pesada"...
O Calhau!
Este jornal destina-se a informar as pessoas que aqui estão, e as que não estão, acerca das capacidades dos redactores. Tais capacidades, resultantes de um inequívoco investimento profissional, constituem uma pequena amostra daquilo que é possível fazer.
[A MODÉSTIA: algo que subjaz às personalidades que escrevem]
[A MODÉSTIA: algo que subjaz às personalidades que escrevem]
O O CALHAU! é de todos nós e, quiçá, de todos os que aí, desse lado, escutam os nossos anseios, as nossas dores de cabeça, as eventuais andropausas, impotências, derrotas do F. C. Porto, a mulher que chega a casa bêbada e nos bate selvaticamente... Nós gostamos desta parte, desde que com chicotes.
E começa agora a história: O O CALHAU! é um símbolo da eterna condescendência do sexo forte face ao sexo fraco - ou seja, é uma questão de sexo. Afinal, o O CALHAU! é o BACALHAU!
A decadência fálica da sociedade que não quis aceitar o Situacionismo Estrutural, tal como foi enunciado em 1927 por um homossexual imbecil cujas hemorróidas levaram o melhor do seu cérebro, é um beco, uma osmose sideral, que limpa os arquivos da memória colectiva – de camaleões e outros mutantes. Cristo Corcovado é um gay com tendências igualmente alcoólicas, que se prostitui em ruas de Sarajevo quando há falta de dinheiro, ponto final.
E começa agora a história: O O CALHAU! é um símbolo da eterna condescendência do sexo forte face ao sexo fraco - ou seja, é uma questão de sexo. Afinal, o O CALHAU! é o BACALHAU!
A decadência fálica da sociedade que não quis aceitar o Situacionismo Estrutural, tal como foi enunciado em 1927 por um homossexual imbecil cujas hemorróidas levaram o melhor do seu cérebro, é um beco, uma osmose sideral, que limpa os arquivos da memória colectiva – de camaleões e outros mutantes. Cristo Corcovado é um gay com tendências igualmente alcoólicas, que se prostitui em ruas de Sarajevo quando há falta de dinheiro, ponto final.
E por isso, voilá a REVOLTA! Os Homens partilham tendências que alguém criticou. Os Homens não partilham por isso, tendências não partilhadas.
Sarajevo – A memória e a fruta e as Afrodite que se perderam nos mares de Tétis saíram juntas, nuas, na companhia de um velho comunista de 1927. A Revolução havia acontecido há pouco, mas as memórias persistiam nas mentes Bolcheviques. Afirmem, por isso, as vossas feridas.
E os Ratos? E os mutantes que alguém escreveu? Estão podres ou servem de alimento a quem gosta de caviar e já não o tem?
Pois! Olhem este instante. Este momento de “Playboy TV Show”! Querem comer? Que diriam os Bolcheviques? Os Lenines? Os Trotskys? E, porque não, os Estalines?
Voltemos a Sarajevo, ao sem nexo e às vontades de se ser gloriosamente estúpido. E o que sentimos? Um prazer mórbido de ver corpos nus ou consciências descobertas, destapadas pelos véus de loucura.
Há pouco escreveu-se 1927. Porquê? Nem eu nem eles sabemos. Talvez por culpa de um Deus qualquer que fez com que nos parissem assim: porcos, sebentos e ávidos de “Playboy TV shows”.
Voltemos a Sarajevo, ao sem nexo e às vontades de se ser gloriosamente estúpido. E o que sentimos? Um prazer mórbido de ver corpos nus ou consciências descobertas, destapadas pelos véus de loucura.
Há pouco escreveu-se 1927. Porquê? Nem eu nem eles sabemos. Talvez por culpa de um Deus qualquer que fez com que nos parissem assim: porcos, sebentos e ávidos de “Playboy TV shows”.
Hoje já é noite, e agora vem o fim. As palavras fluem em espirais angulosas e as nossas mães choram com ódio as nossas personalidades perversas. Somos, uns e outros, amigos dos nossos irmãos libertários. Uns comunistas sanguinários, à espera do sumo do sexo capitalista.
Vi em Sarajevo, como em Beirute, como no Líbano, como em África, pedaços de carne humana putrefacta e lábios pintados de cor escarlate e bocados de céu partidos em milhares de pedaços.
Um ser sobrenatural concedeu-nos o prazer de sermos calhaus. E nós fundámos um jornal para informar. Informar sobre tudo, sobre o gato moribundo que vive o sofrimento de estar moribundo num caixote de cartão. Faltam-lhe bocados de pele – ainda não foi reciclado. Mas sê-lo-á em breve: Ashes to ashes, dust to dust...
E os Ratos de que falei? E o caviar? E os textos sobre a América? E o Álvaro de Campos (de malmequeres) a usufruir dos sonhos que vêm das papoilas? Estarão também todos mortos no coração da NAÇÃO?... Ou pertencem àquilo a que eu e eles chamamos coisas sérias?
Porquê, então, amigos, este hino à anormalidade?
Porque sim, sua lascabécula, fruto asinino mais morto que vivo! Tu, que fazes de conta que lês, com o teu Q.I. inferior à merda que tens entre as pernas. Tu, cavalo Sérvio, de bandeiras e afluentes sólidas. Tu, embriagado pelas cruzes célticas, arvorado em abóbora flutuante que joga à cabra cega sem sentido suado e sofrido de súbitas saídas simpáticas. O que é que vais fazer? Como é que vais sobreviver na ausência da inteligência?
E os Ratos de que falei? E o caviar? E os textos sobre a América? E o Álvaro de Campos (de malmequeres) a usufruir dos sonhos que vêm das papoilas? Estarão também todos mortos no coração da NAÇÃO?... Ou pertencem àquilo a que eu e eles chamamos coisas sérias?
Porquê, então, amigos, este hino à anormalidade?
Porque sim, sua lascabécula, fruto asinino mais morto que vivo! Tu, que fazes de conta que lês, com o teu Q.I. inferior à merda que tens entre as pernas. Tu, cavalo Sérvio, de bandeiras e afluentes sólidas. Tu, embriagado pelas cruzes célticas, arvorado em abóbora flutuante que joga à cabra cega sem sentido suado e sofrido de súbitas saídas simpáticas. O que é que vais fazer? Como é que vais sobreviver na ausência da inteligência?
Perante isto, o lascabécula atravessou um caminho estreito, perguntou se chegara ao fim das estribeiras, do humanamente suportável. Correu para trás e parou. Suspendeu o espanto perante a sua ausência de inteligência e desapareceu para sempre. Bem feito. Não faz falta alguma, excrescência deslumbrante. Vai daqui, mais ou menos para sempre, mais ou menos pêssego, mais ou menos carnudo. Foda-se!
Perguntaram por mim e eu não sei de mim! Sei apenas que estou aqui a ver-me, a ouvir-me tomado de um fervor transcendente e luxuriante, enquanto infelizes frutos do destino se esfregam num auge brutal na vã esperança de partilharem um simples naco de pão e de se embebedarem num perfume de paz e música. Indecente encruzilhada!
Ó visões idílicas de um paraíso infernal, porque afinal eu nasci nos United States of America.... “Ó América!”, dizias tu que eras um poeta gerado numa cassete. "Um dia vi-te e apaixonei-me por ti, Sarajevo. Foi a PRONÚNCIA!" - disse a América!
Não adianta escrever mais, nem partilhar uma escrita esquelética com forma de desejo inacessível. O importante é levar para sempre uma postura de destreza e arte e deixar pousar os pássaros em varões de metal cobertos de arame farpado.
Entrega-me agora o relatório da minha existência e da dos colaboradores de O CALHAU!
Esperamos ansiosos o parecer de quem, afinal, "só parece", e não mostra a cor dos seios. No fundo, eles são, como em Sarajevo, azuis-céu... E a melancolia que resta é a que Zeus permite.
RATOS PARA NÓS!
Ó visões idílicas de um paraíso infernal, porque afinal eu nasci nos United States of America.... “Ó América!”, dizias tu que eras um poeta gerado numa cassete. "Um dia vi-te e apaixonei-me por ti, Sarajevo. Foi a PRONÚNCIA!" - disse a América!
Não adianta escrever mais, nem partilhar uma escrita esquelética com forma de desejo inacessível. O importante é levar para sempre uma postura de destreza e arte e deixar pousar os pássaros em varões de metal cobertos de arame farpado.
Entrega-me agora o relatório da minha existência e da dos colaboradores de O CALHAU!
Esperamos ansiosos o parecer de quem, afinal, "só parece", e não mostra a cor dos seios. No fundo, eles são, como em Sarajevo, azuis-céu... E a melancolia que resta é a que Zeus permite.
RATOS PARA NÓS!
No comments:
Post a Comment